1960 a 1969
- Almanaque de Canela
- 19 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 20 de jun.
1960
Quando o ouro verde se esgotou
No início da década de 60, a madeira estava acabando, e com ela acabava também o sonho de muitas famílias que apostaram seu futuro em Canela e passaram a vender o que possuíam para voltar às suas cidades de origem.
O trem, que trazia para a cidade muitos turistas, deixou de fazer o trajeto Porto Alegre - Canela em 1963, pois não havia mais madeira para carregar. As pessoas que subiam a serra optavam pelo transporte de ônibus, e as que tinham melhores condições financeiras usavam seus próprios automóveis. Durante 50 anos, os donos de madeireiras pouco ou nada investiram na cidade, apenas extraíram a riqueza natural das grandes matas de pinheiro, deixando para trás uma terra devastada e estradas totalmente danificadas pelo grande fluxo de carretas e de caminhões usados para o transporte das madeiras.

As famílias passaram a mandar os jovens para estudar na capital ou no Vale dos Sinos. Nesse mesmo período, partindo de algumas lideranças locais, começou um movimento para a retomada do prestígio que a cidade de Canela havia perdido. Alguns eventos sociais foram realizados no Esporte Clube Serrano como o Baile da Garota Turismo, Baile do Suéter, Baile de São João e, ao final de 1961, foi criado o evento chamado Festival da Serra, com programação diversificada que agradava a todos, cabendo ao Cônego João Marchesi a presidência e organização dos festivais. Canela precisava voltar a ser notícia.
1961

Turismo Religioso
A romaria da Festa do Caravaggio, que aconteceu no dia 26 de maio de 1961, foi considerada a primeira para o calendário turístico e religioso de Canela. A devoção à Nossa Senhora do Caravaggio foi trazida pelos imigrantes italianos chegados no Brasil a partir da segunda metade do século XIX.

Inaugura o prédio do Colégio Marista
Na imagem, aparecem os alunos da escola dos Irmãos Maristas, já instalados em Canela. Houve a separação das escolas, separando as moças dos rapazes. Ficou a cargo das Irmãs Bernardinas a escolarização das meninas. Essa separação se manteve até o momento em que o Ginásio Nossa Senhora Auxiliadora fechou suas portas, em 1975.
1963

Fim da Linha
Em 11 de março de 1963, o trem apitou pela última vez, deixando as pessoas desoladas. O ramal ferroviário fechou e, com ele, a movimentação de pessoas, de cargas e mercadorias e a alegre algazarra que a chegada e a partida do trem ocasionavam.

1964
Inaugurado o Parque do Caracol
No dia 12 de janeiro, por ocasião do encerramento do 2° Festival da Serra, foi inaugurado o famoso Parque do Caracol, pelo Governador Ildo Meneghetti e o Prefeito Henrique Adolfo Spindler.
1965
O adeus a Danton Corrêa
Em 15 de março, aos 70 anos, morre Danton Corrêa da Silva, filho de João Corrêa, o fundador de Canela, e de Dona Maria Luiza Burmeister Corrêa.
Danton, entre tantos feitos políticos e sociais, liderou o movimento emancipacionista junto de Pedro Sander, Nagibe Galdino da Rosa, Attilio Zugno e Pedro Oscar Selbach, conquistado em dezembro de 1944. Nas primeiras eleições que ocorreram em Canela, em 1947, Danton foi eleito prefeito da cidade pela maioria: dos 1.559 eleitores, 1.064 deram seu voto de confiança a ele. Tomou posse em 1° de janeiro de 1948, e entre suas primeiras realizações esteve a ampliação da Praça João Corrêa, o calçamento de diversas ruas e a abertura de estradas no interior de Canela.
Ao terminar seu mandato como prefeito, elegeu-se vereador com um expressivo número de votos. E, em 8 de novembro de 1958, foi novamente escolhido para ocupar a cadeira principal da Prefeitura. Realizou muitas obras, inaugurou escolas e igrejas, ajudou a cidade a crescer e a se promover ao mesmo tempo em que administrava o Grande Hotel Canela, ao lado de sua esposa Anita Franzen Corrêa. Deixou os filhos Álvaro e Lecy de sua união com a primeira esposa, Maria Bento, e João Carlos, Darja Marilena, Myrna Aquiléa, Regis Danton, Luiz Fernando e José Agnello de seu casamento com Anita.
O Rotary Club de Canela
O Rotary chegou à Serra Gaúcha em 1959, inicialmente com um único clube que atendia tanto Canela quanto Gramado, devido ao número reduzido de participantes. Esse cenário mudou em 15 de junho de 1965, quando foi entregue a Carta Constitutiva do Rotary Club de Canela, oficializando a criação do clube na cidade e marcando essa data como sua fundação.
Os sócios fundadores foram Antônio Adam, Günther Schlieper, João Carlos Corrêa, João Goulart Meleu, José Batista, Osmildo Oppitz e Rudy Luiz Zanatta — nomes que ajudaram a plantar as raízes do movimento rotário em Canela.
1968



Comentários