O Cinema

O Cine Ideal havia sido instalado pela família Hoffmann em 1928. Naquela época, o cinema era mudo e recebia acompanhamento de alguns instrumentos musicais, como a gaita ponto e um rabecão, tocados por moradores de Canela que animavam as sessões.

Mas, apenas um ano e meio depois, Sylvio Hoffmann foi nomeado professor de um grupo escolar de Gramado e se desfez do cinema, vendendo para dois rapazes de Carlos Barbosa, que por sua vez ficaram pouco mais de um ano em Canela e o cinema acabou fechando.

As atividades de cinema são retomadas em 28 de junho de 1934 por Hugo Schmitt, que muda o nome para Cine Theatro João Corrêa em homenagem ao fundador da cidade. Mas os filmes clássicos e de operetas eram de gosto do dono, mas não do público, e recebiam muitas vaias ao final das sessões.

Hugo, então, desiste e passa a direção do cinema para seu irmão, que muda a programação para um gosto mais popular e alcança muito sucesso. Os filmes eram alugados e chegavam de trem, em latas redondas, com uma ficha técnica que era reproduzida em mimeógrafo e espalhada pela Vila de Canela.

A propaganda do filme era distribuída por três pessoas que faziam o trabalho a cavalo. O folhetim da época demonstra como as pessoas recebiam em suas casas a informação a respeito dos filmes que iriam passar na sessão de sábado. O cinema era decorado externamente de acordo com a temática do filme, e isso virava uma grande atração na cidade. A sala do cinema, entre os anos 30 e 40, também era usada pelas famílias da comunidade para bailes e até cultos religiosos.