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1930 a 1939

Atualizado: 3 de abr.

1930

A Legião do Trabalho em atividade
A Legião do Trabalho em atividade

A Legião do Trabalho

O grupo denominado “Legião do Trabalho” foi idealizado e coordenado por Henrique Muxfeldt e era formado por moradores de Canela que, armados de pás e picaretas, estavam dispostos a abrir estradas e construir o que fosse necessário para o desenvolvimento da cidade.


A educação das crianças

Nas três primeiras décadas do século XX, o Rio Grande do Sul ocupava o terceiro lugar na economia nacional, mas o índice de analfabetismo beirava os 70%. O governo da época praticava o discurso “ensine quem quiser, onde quiser e como puder”, pois acreditava que qualquer indivíduo, desde que soubesse ler, escrever e calcular poderia ensinar o que quisesse e em qualquer lugar. Foi assim que nos lugarejos que se desenvolveram em torno das madeireiras, em Canela, surgiram as primeiras aulas.


Em 1930, os professores das escolas isoladas, Carlos Wortmann, Eduardo Gans e Maria Frida Haack, viram a possibilidade de união das escolas e de sua transformação em um grupo escolar. Foi criado o primeiro Grupo Escolar, denominado João Corrêa, para abrigar duas aulas que ocorriam separadamente, mas a Escola Isolada do Canelinha, por ser mais distante para os alunos, não se uniu.


O mesmo padre para duas religiões

As famílias luteranas que chegavam a Canela não tinham uma igreja matriz para frequentar. Para os cultos, dividiam o mesmo padre com a comunidade católica, provavelmente por serem comunidades ainda pequenas, pela pouca disponibilidade de padres para a região. Os padres vinham das dioceses de Novo Hamburgo e São Lourenço da Linha Imperial e além de celebrarem as missas, também estavam incumbidos dos serviços paroquiais nos domicílios.


Cidade das Hortênsias

Canela recebeu o título de “Cidade das Hortênsias” por cultivar grandes quantidades dessa flor, em tons de azul, rosa e branco, desde a década de 30. Foi introduzida em Canela por Dona Luíza Corrêa, esposa de João Corrêa, que adquiriu a flor em uma viagem realizada a Petrópolis, no Rio de Janeiro, cujo clima é muito semelhante ao frio da serra gaúcha.


Getúlio Vargas em Canela

No dia 25 de julho de 1930, Getúlio Vargas, na época presidente do Rio Grande do Sul, desembarcava em Canela para a inauguração da primeira usina hidrelétrica da região, a Usina da Toca. A visita ainda contou com uma parada na escola de Carlos Wortmann, onde os alunos prestaram uma homenagem ao presidente.


1931


O Passo do Inferno

Durante o Governo do General Flores da Cunha, um batalhão da Brigada Militar foi destacado para construir a primeira ponte na divisa de Canela, que existe até hoje no Passo do Inferno sob o Rio Santa Cruz, com o objetivo de facilitar o transporte de madeira. O trabalho era feito a mão, não contavam com maquinários e conta-se que muitas pessoas morreram devido aos deslizamentos de pedras e de terra.

 

1932


O primeiro hospital

De propriedade do Dr. Pedro Sander, é construído um pequeno Hospital, de madeira, com poucas repartições, mas suficientes para as necessidades locais. Os casos mais graves eram levados para Porto Alegre.

 

1933


O batismo da praça

A praça municipal, que até então se chamava Praça Pinheiro Machado, ganha o nome de Praça João Corrêa, com um busto erguido em homenagem ao fundador da cidade. A placa de bronze possui os dizeres:


Ao fundador de Canella, Cel. João Corrêa Ferreira da Silva - Homenagem dos seus amigos e admiradores - 1933"





1934


A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

Dona Luiza, viúva de João Corrêa, doa um terreno na atual Rua Martinho Lutero para a construção do templo. Sob a liderança de Frida Maria Haack, no dia 30 de abril de 1934, é criada na Comunidade a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas – OASE, funcionando como importante entidade de assistência social, com prestação de serviços comunitários. O renomado arquiteto Theo Wiederspahn, de Porto Alegre, é contratado para a construção do templo.


O Cinema

No dia 28 de junho, Hugo Schmitt retoma as atividades do antigo Cinema Ideal, instalado por Sylvio Hoffmann anos antes, e muda o nome para Cine Theatro João Corrêa, em homenagem ao fundador da cidade.


Porém, os filmes clássicos e de operetas, que eram de gosto do dono, não agradavam ao público, e acabavam recebendo muitas vaias ao final das sessões. Hugo, então, desiste e passa a direção do cinema para seu irmão, que muda a programação para um gosto mais popular e alcança muito sucesso.


1937


Christina Wasem

Em junho de 1937, em São Francisco de Paula, onde residia com seu filho Manoel, morre Christina Wasem, a única dos filhos de Guilherme Wasem que veio da Prússia com ele e a mãe Bárbara. Christina ajudava a cuidar dos irmãos menores, e apesar da pouca estatura, era muito corajosa e enfrentava com bravura as tarefas e dificuldades da época.

 

Capela São Sebastião

A Capela dedicada a São Sebastião teve sua construção iniciada em 1937 e concluída em 1938. Fica no Morro Calçado e pertence a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, de Canela. O nome Morro Calçado é uma denominação popular, pois um de seus acessos era muito íngreme e de difícil acesso até para os muares e precisou ser calçado com pedras na parte mais crítica.

 

1938


O ônibus era de madeira!

O primeiro ônibus de Canela pertencia à empresa Seibt & Spier e sua carroceria era de madeira. Levava um dia inteiro para chegar a Porto Alegre, saia de Canela às 6 da manhã, parava em Nova Petrópolis para o almoço e depois de atravessar atoleiros e estradas quase impossíveis chegava a Porto Alegre a noite. Nos trechos mais difíceis de subida, quando havia barro, precisava de um trator para puxá-lo. Contam que o ex-governador Ildo Meneghetti que possuía uma linda casa de veraneio em Canela foi usuário do ônibus alegando não aceitar as caronas que lhe eram oferecidas para não ficar devendo favores.


Paróquia

Após um longo período em que a comunidade católica não dispunha de um local próprio para a celebração das missas, Canela tem a oficialização de sua paróquia no dia 7 de janeiro de 1938. Denominada Nossa Senhora de Lourdes, tinha como vigário João Alberto Hickmann, que ficou à frente da igreja até 1944, quando foi transferido para outra comunidade. O padre Hickmann foi de grande importância para a comunidade católica em relação à educação, pois foi o responsável pela vinda das Irmãs Bernardinas para iniciar a Escola Nossa Senhora Auxiliadora.


A Vila de Canela

Mais uma mudança veio com o progresso, e a pequena cidade foi elevada à categoria de Vila, estabelecida pela Divisão Administrativa e Judiciária do Estado por meio de um Decreto em 31 de março. A Vila de Canela já contava com 325 residências, 33 casas de comércio, 12 hotéis e pensões e quatro fábricas.


Capela de Santa Cecília
Capela de Santa Cecília

Capela de Santa Cecília

A comunidade de Banhado Grande celebrou a conquista de sua Capela com a inauguração da Escola-Capela dedicada a Santa Cecília. Com o apoio do Padre João Alberto Hickmann, da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, a construção foi erguida em 1938, em terrenos doados por Manoel Wasem. A primeira Capela, de madeira, foi um marco para a comunidade, que na época tinha como presidente Alfredo Wintgen. No ano seguinte, Matias Franzen assumiu essa função.


A imagem de Santa Cecília, doada por Ângelo Carniel em memória de sua filha falecida, foi benzida em 22 de novembro de 1939, data dedicada à santa, padroeira dos músicos e da música sacra.


1939


A nova sede do Clube Serrano

No mês de fevereiro de 1939, o Esporte Clube Serrano inaugurou sua nova sede, construída sob terreno próprio doado por Dona Luiza Corrêa em 1932. Foi um dos seus maiores eventos, movimentando toda a comunidade com a Festa das Hortênsias, competições ciclísticas, missa, desfile de carros alegóricos e escolha da rainha.


O progresso e suas consequências

Além do turismo e das serrarias, a economia de Canela passou a contar com outro segmento que contribuiu muito para o seu desenvolvimento, quando, em março de 1939, se instalou na cidade uma fábrica, considerada na época a mais completa da América Latina: a FACELPA - Fábrica de Celulose e Papel. Era de propriedade dos irmãos Emílio e Willy Dienstmann. A frente da instalação estavam o engenheiro alemão Hermann Haberland e o técnico encarregado Oscar Heckmann. Mas a Celulose também foi a responsável, infelizmente, pelo dano ambiental no Arroio Caracol. Ninguém mais podia banhar-se em suas águas, devido ao forte cheiro que tomava conta de todo ambiente.

 

O Bairro Celulose

A fábrica de celulose tinha uma usina termoelétrica abastecida por uma caldeira gigante que ajudava a fornecer parte da eletricidade para o resto da cidade. O bairro Celulose foi, durante muitos anos, o que mais crescia em Canela. No seu entorno surgiram escolas, igreja, casas comerciais e locais de lazer.

EMÍLIO DIENSTMANN & CIA - Uma das mais notáveis realizações do mundo industrial rio-grandense foi a fábrica de Celulose e Papel. Foi a mais completa fábrica de celulose da América do Sul.
EMÍLIO DIENSTMANN & CIA - Uma das mais notáveis realizações do mundo industrial rio-grandense foi a fábrica de Celulose e Papel. Foi a mais completa fábrica de celulose da América do Sul.

O sonho do grandioso Cassino

Começa a movimentação para a construção do Cassino Palace Hotel, no ponto mais alto da cidade. Concebido pela empresa Sander & Dieterich Ltda. que contratou, em 1939, o escritório de arquitetura e engenharia porto alegrense Saul Macchiavello & Antonio Rubio para a edificação de um grande hotel e cassino com 12.316 m² em uma área de 37.200 m². O projeto previa a construção de sete pavimentos, ocupados por hall de entrada, salões para o cassino, cinema, jardim de inverno, salões de refeições para adultos e crianças, apartamentos com 138 dormitórios servidos por 80 banheiros, alojamentos para os funcionários, serviços de apoio, dois elevadores, rede de água quente e fria, aquecimento central com radiadores nos quartos e áreas comuns.


Informação Curiosa

Tudo era inusitado no projeto do Cassino Palace Hotel, mas o mais curioso e que virou comentário na cidade era a Sala do Suicídio: era uma sala com isolamento acústico e lacrada por fora, para acomodar o jogador arruinado pelas mesas de jogo e que quisesse, por isso, acabar com a própria vida.



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