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A Emancipação de Canela

Atualizado: 27 de jun.

A maior parte das terras de Canela já não pertencia mais ao falecido fundador João Corrêa e sua esposa — inclusive na zona rural. Ao longo do tempo, propriedades foram sendo vendidas, passando de mão em mão. Na década de 1940, as medições de terra no município eram realizadas por Henrique Gürsching, profissional que já atuava nessa função desde os tempos em que fora contratado pela Companhia Florestal, acumulando larga experiência na área.


Enquanto os moradores buscavam consolidar Canela como uma estação climática de destaque, crescia também o movimento pela sua emancipação política. Os principais esforços nesse sentido ocorreram entre 1942 e 1944. Nesse período, destacaram-se figuras como Dr. Pedro Sander, Nagibe Galdino da Rosa, Danton Corrêa da Silva, Atilio Zugno e Pedro Oscar Selbach, que, com idealismo e dedicação, lideraram a causa emancipacionista do distrito.

Participantes do movimento emancipacionista canelense: Dona Laura Montenegro, Ambrósio Maggi, Padre Hickmann, Nagibe Galdino da Rosa, Patrício Zini, Nelson Schneider, Silvino Zanatta, João Manoel Corrêa, Carlos Corrêa, Basílio Travi, Dr. Francisco de Albuquerque Montenegro, Reinaldo Cislaghi, Dr. João Kessler de Souza e Otto Kunrath.
Participantes do movimento emancipacionista canelense: Dona Laura Montenegro, Ambrósio Maggi, Padre Hickmann, Nagibe Galdino da Rosa, Patrício Zini, Nelson Schneider, Silvino Zanatta, João Manoel Corrêa, Carlos Corrêa, Basílio Travi, Dr. Francisco de Albuquerque Montenegro, Reinaldo Cislaghi, Dr. João Kessler de Souza e Otto Kunrath.

O apoio popular foi expressivo: a população assinou um memorial em defesa da transformação do distrito em município. Canela contava, então, com uma arrecadação de cerca de 500 mil cruzeiros — o dobro do valor exigido para garantir sua autonomia financeira.


A cidade já apresentava uma estrutura econômica e social robusta, com indústrias e comércios ativos. Exportava anualmente aproximadamente 1.300 vagões de madeira bruta. Na sede distrital, havia dois grupos escolares, diversos colégios, duas igrejas, três hotéis, além de várias pensões e um número expressivo de estabelecimentos comerciais.


Em menos de vinte anos, Canela havia reunido todas as condições exigidas para deixar de ser distrito de Taquara. As normas da época determinavam que o distrito tivesse, no mínimo, 300 residências e 4.000 habitantes — requisitos que Canela superava com folga, já contando com mais de mil casas e uma população superior a 7.000 pessoas.


Em 1943, um grupo de líderes locais procurou o Secretário de Agricultura do Estado, Ataliba Paz — que, inclusive, mantinha residência em Canela —, solicitando apoio ao projeto de emancipação. Embora simpático à causa, por ocupar também a presidência do Conselho Regional de Geografia, ele limitou-se a encaminhar a documentação ao governador.


O Decreto da Emancipação

Pelo Decreto-Lei nº 717, publicado em 28 de dezembro de 1944, foi oficialmente criado o município de Canela, com jurisdição sobre parte do território anteriormente pertencente ao município de Taquara. A nova municipalidade passou a abranger uma área de 220 quilômetros quadrados, sendo composta por um único distrito e constituída como termo da Comarca de Taquara.


O decreto foi assinado em 20 de dezembro de 1944 pelo então Interventor Federal no Estado, Ernesto Dornelles, juntamente com os secretários Cilon Rosa (Interior) e Ataliba F. Paz (Agricultura).

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O município foi instalado em 1 de janeiro de 1945, e o primeiro prefeito foi nomeado pelo interventor do estado, Cordeiro de Farias. O escolhido foi Nelson Schneider, funcionário do Tribunal de Contas do Estado, que permaneceu no cargo até 15 de abril do mesmo ano.

 

A Posse

O dia da instalação oficial do município de Canela começou com uma Missa em Ação de Graças, celebrada pela manhã. Às 15h, no Cine Theatro João Corrêa, realizou-se a solenidade de posse do primeiro prefeito nomeado.


O evento contou com a presença de representantes das comunidades de Taquara, Gramado e São Francisco de Paula, além de autoridades civis, militares e eclesiásticas, figuras do comércio e da indústria local, veranistas e inúmeras famílias canelenses.


A cerimônia foi aberta pelo então prefeito de Taquara, Francisco Holmer, que declarou oficialmente a emancipação de Canela e transferiu a administração municipal ao novo gestor. Este, ao assumir a presidência da sessão, foi saudado pelo Dr. Nelson Schneider, que convidou todos os presentes a entoarem o Hino Nacional. Em seguida, foram lidos o termo de compromisso e a Ata de Instalação do município.


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Na sequência, o Dr. Pedro Sander fez uso da palavra, traçando um breve histórico da trajetória de Canela e manifestando o apoio e a solidariedade da população ao novo administrador. Também discursou o Dr. Francisco Montenegro, presidente do Tiro de Guerra, que homenageou o prefeito e o convidou a assumir a presidência honorária da instituição. O prefeito de Taquara, por sua vez, parabenizou o povo de Canela pela concretização de uma antiga e legítima aspiração.


A sessão foi encerrada com os agradecimentos de Nelson Schneider, marcando um momento histórico: Canela, que havia sido o último distrito criado no território de Taquara, tornava-se agora o primeiro a conquistar sua emancipação.


Após a solenidade, autoridades e convidados reuniram-se na praça central, em torno do busto do fundador João Corrêa, para um ato cívico. Em seguida, dirigiram-se ao cemitério local, onde foram depositadas flores nos túmulos do coronel João Corrêa e do capitão Henrique Muxfeldt, em homenagem à memória dos pioneiros da cidade.

Autoridades em ato cívico em frente ao busto de João Corrêa. Entre os presentes, estão: Ambrósio Maggi, Audomar Schmitt, Padre Alberto Hickmann, Nagibe Galdino da Rosa, Danton Corrêa, Apparício Corrêa, Patrício Zini, Júlio Cezar Corrêa, Domingos Fellipetto, João Manoel Corrêa, Alfredo Spindler, Nelson Schneider, Alfredo Travi, Basílio Travi, Carlos Corrêa, Dr. Pedro Sander, Rinaldo Dietrich, Archimimo Alves da Silveira e Plínio Soares.
Autoridades em ato cívico em frente ao busto de João Corrêa. Entre os presentes, estão: Ambrósio Maggi, Audomar Schmitt, Padre Alberto Hickmann, Nagibe Galdino da Rosa, Danton Corrêa, Apparício Corrêa, Patrício Zini, Júlio Cezar Corrêa, Domingos Fellipetto, João Manoel Corrêa, Alfredo Spindler, Nelson Schneider, Alfredo Travi, Basílio Travi, Carlos Corrêa, Dr. Pedro Sander, Rinaldo Dietrich, Archimimo Alves da Silveira e Plínio Soares.

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